quinta-feira, 7 de agosto de 2008

O GRUPO INDICA!

"Sexo, Amor e Outros Acidentes"

Espetáculo de dança contemporânea que propõe um novo olhar sobre as fantasias que são criadas envolvendo o universo do amor e do erotismo. Ao fundo do cenário são projetadas imagens relacionadas como o tema do espetáculo.

Morena Nascimento, que atualmente integra o elenco de bailarinos da Cia de Pina Bausch, é a grandiosa atração deste espetáculo imperdível.

Duração: 35 minutos

Onde? No SESC Paulista (Av. Paulista, 119 - Bela Vista - Centro).

Telefone: 3179-3700.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

A Escola Hosho





A vinda da Escola Hosho de Teatro Nô, encabeçada pelo Mestre Sano e pelo músico instrumentista Shonosuke Okura, da Escola Okura, como parte das comemorações do centenário da imigração japonesa no Brasil, despertou interesse no público brasileiro pela arte oriental e seus expoentes.

A Escola Hosho, considerada a pioneira na história do teatro nô, é a segunda maior escola do Japão em quantidade de alunos. É liderada pelo ator Hajime Sano, um dos maiores expoentes do teatro nô.

O grupo fez uma turnê por 5 cidades brasileiras na comemoração do centenário da imigração japonesa. Em São Paulo, as apresentações ocorreram no auditório do Ibirapuera.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Últimos retoques


A atriz Selma Kiss, momentos antes de entrar
em cena no espetáculo "O Homem de Praga".

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Teatro Noh no Ibirapuera

Para comemorar os 100 anos de Imigração Japonesa no Brasil, o Auditório do Parque do Ibirapuera recebeu nos dias 27 e 28 de junho importante manifestação artística japonesa dos séculos 14 e 15, o Teatro Noh, considerada uma das manifestações artísticas mais relevantes do mundo.

Apesar de uma história de mais de 600 anos, o Teatro Noh ainda é visto como um dos modelos de manifestação mais sofisticados e impressionantes do mundo, e muitos aspectos de sua linguagem corporal continuam sendo estudados continuamente e incorporados timidamente no teatro e na dança contemporânea.

O grupo, que se apresenta especialmente no Brasil, é composto pelos atores da Escola Hosho, uma das duas maiores e mais importantes no estilo "Noh" do Japão - reconhecida pelo governo japonês como Tesouro Cultural Intangível -, sendo encabeçada pelo ator Hajime Sano, um de seus maiores expoentes. Sano é professor emérito da Universidade Nacional de Belas Artes e Música de Tóquio, Conselheiro do atual Grande-Mestre da Escola Hosho e membro da Associação de Teatro Noh do Japão. Como discípulo do Grande-Mestre, Hosho Kuro, fez sua primeira apresentação no palco como ator mirim e sua primeira atuação como protagonista aconteceu na peça "Seioubo".

Sob curadoria de Ivad Granato, o espetáculo deve passar por 5 cidades brasileiras – São Paulo, Belo Horizonte, Ipatinga, Salvador e Brasília – com o intuito de colocar o público em contato com uma das manifestações artísticas de maior relevo no Japão e no mundo.

No espetáculo, uma estética diferenciada e altamente refinada. Os movimentos são impecavelmente coreografados, e o espaço cênico é limpo e quase vazio, em completa oposição ao espaço cênico do teatro realista.


Créditos: Revista In Online, Assessoria de Impresa Auditório Ibirapuera


Serviço: Teatro Noh Datas: 27 e 28 de junho de 2008 Horários: Sexta e Sábado, 21h Duração: 90 minutos (aproximadamente) Ingresso: R$ 30,00 e R$ 15,00 (meia-entrada) Classificação Indicativa: Livre Gênero: Dança, Drama, Música, Poesia e Máscaras AUDITÓRIO IBIRAPUERA Capacidade: 800 lugares Abertura da casa

Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº – Portão 2 do Parque do Ibirapuera. Informações: info@iai.org.br Site: www.auditorioibirapuera.com.br

terça-feira, 1 de julho de 2008

Arquivo nacional tcheco compra carta amorosa de Kafka

De Kafka para sua amante.

Uma carta original redigida por Franz Kafka (1883-1924) a sua amiga e amante Julia Wohryzkova foi comprada pelo histórico Monumento da Literatura Nacional de Praga (República Tcheca), o principal arquivo nacional que tem em Kafka seu principal expoente literário. Segundo o jornal Lidove Noviny, a carta foi comprada pela instituição através de um leilão público realizado em abril, pelo preço de 6,6 mil euros, e é considerada de grande valor histórico.

Fonte: ANSA, Diário de Cuiabá.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

DA ARTE DO ATOR

O texto a seguir é da autoria de Jorge Lescano, diretor do grupo "Factótum-Companhia de Teatro".


A fotografia em movimento (cinematografia) criou a ilusão de reprodutividade da vida através da imagem. Esta superstição não diz respeito exclusivamente ao público espectador, e convive com a tendência, cada vez mais agressiva, dos efeitos especiais. Estes, por sua vez, poderão dar origem a outra superstição: a supremacia da ação visual sobre a representação. Nesta, a presença humana nos filmes, tornar-se-ia supérflua.

A imagem "abstrata” (não figurativa) em movimento foi a essência da Arte Cinética dos anos 60. Esta corrente das artes plásticas poderia ser interpretada com o último estágio da Arte Concreta, nome genérico com o qual os artistas definiam seu “ismo”. O conceito objeto substituía as noções de pintura e escultura, unificando-as.

O cinema dito realista, como todo ismo, também tem seus mitos. O mais popular deles, porque permite que qualquer pessoa lhe avalie a qualidade, diz respeito à representação. Desta se espera verossimilhança, mimetismo, não invenção. Tal julgamento antepõe, à artificialidade da arte, a “naturalidade” da vida, sem levar em conta a artificialidade dos meios de sobrevivência nos grandes centros urbanos. Nos filmes realistas, tudo deve parecer como na vida.

Em termos de atuação, fala-se, elogiosamente, de um certo ator do cinema norte-americano que, para construir os personagens que interpreta, procura na vida real os modelos e assume suas profissões. Por que não a cor dos olhos, as nacionalidades ou suas relações familiares?, poderíamos perguntar. Este ator acredita, sem duvidas, que assim viveneia o que o personagem precisa para agir no seu “papel” (ser na vida).

Pressupõe-se que isto seja honestidade artística e despojamento pessoal. Para representar um trompetista, aprendeu a tocar trompete. Um taxista? Trabalhou de motorista de praça (por um tempo determinado e sem depender da “feira” para sobreviver).

Vendo os filmes, o público sabe que ele não é trompetista nem taxista, ainda que ignore seu “laboratório”. Ou, para sermos justos: é um trompetista e um taxista amador.

Para não prejulgar (os elogios da crítica e o sucesso de bilheteria nada têm a ver com o caso), coloquemos em questão o “método” nos seguintes papéis: Édipo, Gulliver, Hitler. Estes personagens fazem parte de contextos diversos: teatro, literatura, história. Limitemo-nos então ao universo cinematográfico.

Um personagem que, embora de origem literária, encontrou sua dimensão “mitológica” no cinema: Tarzan. A grande maioria das pessoas o conhece, ou teve seu primeiro contato com ele através do cinema, são menos os que viram nas estórias em quadrinhos, e menos ainda o número dos que leram os livros nos quais é protagonista.

Édipo remete ao incesto. Evitamos o lugar comum perguntando: como recuperar as experiências de um cego que foi rei e parricida? Mataria um vizinho da mesma idade do seu pai? Vagaria de olhos vendados pelas ruas de Nova Iorque? Isto é possível, mas como ser grego?

Para ser Tarzan, deveria viver na selva ou ler todas as estórias e ver todos os filmes? Qual a verdadeira vida deste personagem de ficção?

Não pequemos de puristas. Admitamos que a experiência (o laboratório) é válida como simulaero e que depois, por um sistema de acomodação, o ator transfira a experiência contemporânea à época e lugar em que se desenrola a ação ficcional. Admitamos também que a honestidade artística lhe permita a aceitar tais papéis.

Se este sistema de transferência é válido e possível, surge a pergunta: por que, então, para interpretar o trompetista, não foi jogar futebol? E para o taxista, não seria igual trabalhar de açougueiro? O público, que conhece, ou ignora, seu laboratório, o vê apenas no seu papel. Esta é a função do ator.

Convenhamos: as “equivalências” (o valor) das profissões são mais “fáceis” que a translação no tempo-espaço. O sistema proposto, tão útil quanto o seu, seria mais rico, pois tocaria trompete como se jogasse futebol e dirigiria o taxi como um açougueiro. Porém, foge à poética do nosso ator.

O resultado da montagem de personagens (jogador-trompetista, taxista-açougueiro) poderia ser interessante, mas o método é inadequado porque inútil. Nesta alternativa é indiferente que toque trompete ou dirija um taxi como jogador, açougueiro, ou ator.

No estágio atual, o cinema realista é subsidiário, suporte ocasional, do teatro e da literatura. Desta conserva a narrativa. Do teatro, a presença visual do tempo-espaço, se bem que lhe falte a presença factual do acontecimento: aqui, agora. Neste sentido, seria apenas “documento” do teatro.

O cinema raramente permite a reinterpretação de um roteiro sem que esta pareça parasitária ou paródica, isto é: metalingüística. Assim, de um modo geral, é a “primeira” versão do filme a que fica e estabelece um padrão de interpretação, tanto para a equipe de realização quanto para o público.

Há ainda a leitura que o ator faz do seu personagem. Se na versão que estamos analisando (a única que existe na realidade factual) é o ator que “incorpora” o personagem, outra leitura poderia nos mostrar a versão do trompetista e do taxista, que se “apossam” do ator para viver. Esta a qualidade do personagem ficcional, ainda quando tenta retratar alguém real. Todo personagem é apenas uma estrutura lingüística.

Agora estamos mais próximos do roteiro original. Este foi criado por um autor que excepcionalmente, ou nunca, exerce ou exerceu a profissão do personagem, ou, em todo caso, não a exerce no momento da escrita. Ainda que o autor conheça por experiência própria as profissões em pauta, ele dará seu testemunho. E este corresponderá às suas características pessoais, diversas das do ator que as representará na tela.

Recuperar o modelo original é impossível. Mesmo que o próprio personagem-autor as represente, as experiências sofrerão, necessariamente, uma adequação ao meduim, que as tornará outras, parasitárias ou paródicas.

Propomos duas alternativas. A primeira: documentar a vida (uma parte da vida) do trompetista ou motorista (foi o que tentou o cinema neo-realista italiano); neste caso se corre o risco de que não surja aventura alguma digna de ser filmada, eliminando de antemão o produto (a obra). A segunda: o ator representa o personagem segundo sua visão artística (imaginativa, não-documental; o “documento” é a pessoa-personagem) sem abandonar sua condição de ator (intérprete, representador). Só assim o ator será o suporte ou sustentáculo, veículo do personagem, sem pretender se confundir com ele. Seu público, que sabe que ele não é trompetista nem taxista, mas ator, poderá aprovar ou desaprovar sua representação.

Agora já não é qualquer pessoa que poderá julgá-lo, mas um público especializado.

Aos que farejem elitismo (!) nesta afirmação, quero lembrar-lhes que não é QUALQUER PESSOA que está capacitada para opinar sobre odontologia ou cervejaria, embora possua dentes e aprecie a cerveja. A realidade factual não é parâmetro do que diz respeito exclusivamente à arte.

Se fosse assim: arte = vida, por que procurar atores para a representação?

Na segunda alternativa que propomos, o cinema estaria mais próximo do teatro experimental, o que talvez não seja sua função ou intenção. Afastando-se da ilusão de realidade, o cinema “realista” ficaria mais perto da realidade artística. E deixaria de ser “realista”. Nesta perspectiva, não é improvável que a parafernália dos efeitos especiais esteja indo ao encontro da essência do cinema e acabe descobrindo, ou criando, esta essência.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Praga - Praha!

Praga (em checo Praha) é a capital e a maior cidade da República Checa, situada na margem do Vlatva.

Conhecida como "cidade das cem cúpulas", Praga é um dos mais belos e antigos centros urbanos da Europa, famosa pelo extenso patrimônio arquitetônico e rica vida cultural. Importante também como núcleo de transportes e comunicações, é o principal centro econômico e industrial da República Checa. Capital da República Checa, situada na Boêmia central, a cidade de Praga localiza-se sobre colinas, em ambas as margens do rio Vltava (Moldávia), pouco antes de sua confluência com o Elba (Labe). O curso sinuoso do rio através da cidade, cheia de belas e antigas pontes, contrasta com a presença imponente do grande Castelo de Praga em Hradcany, que domina a capital na margem esquerda (oriental) do Vltava.

Praga é famosa por ser um dos grandes centros culturais europeus, ligado a nomes como os compositores Antonín Dvořák e Bedrich Smetana e os escritores Franz Kafka, Rainer Maria Rilke e Jaroslav Hasek.

É o centro editorial do país e possui diversas instituições de ensino superior. A mais famosa é a Universidade de Carlos, fundada no século XIV, sendo também a mais antiga da Europa Central. Merece também destaque a Universidade Técnica de Praga, fundada no século XVIII. Além dessas duas importantes universidades, o sistema de ensino superior da cidade é apoiado pela Academia de Ciências que contribui para o desenvolvimento de diversas áreas de pesquisa. Praga também possui escolas de economia, artes, música, cinema e dança. Na capital existe um grande número bibliotecas e teatros.

Fonte: Wikipedia



terça-feira, 13 de maio de 2008

Making of do Homem de Praga


Depois de algum tempo sem postar nada no blog, retornamos com fotos da encenação da peça "O Homem de Praga", escrita e dirigida por Jorge Lescano. As fotos abaixo são do arquivo pessoal do grupo, cedidas gentilmente pela Selma Kiss.





Acima, na seqüência: Roberta Larizza e Selma Kiss em cena.

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Abaixo: Roberta Larizza (ao fundo da primeira foto) e Jorge Balbyns.


Vamos ver se nas postagens seguintes a gente consegue publicar um pouco mais sobre nossos talentosos artistas.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Kafka de Crumb!


"O que tenho em comum com os judeus? Não tenho nada em comum até mesmo comigo."

"A imagem de uma enorme faca de açougueiro, cortando-me com doce e mecânica regularidade, tirando fatias finas de mim, que voam por todos os lados devido à velocidade da ação."

"Ser arrastado pela janela do térreo de uma casa por uma corda amarrada ao pescoço, e depois ser puxado para cima, sangrando e mutilado, por alguém desatento, sem consideração, através dos tetos, móveis, paredes e quartos, até que os últimos pedaços destruídos de mim caíssem do laço vazio quando ele atravesasse as telhas e finalmente parasse no telhado." - Extraídos do livro Kafka de Crumb.

Eis aí uma boa sugestão para entender melhor o clichê "kafkiano" e a figura de Franz Kafka, apresentada de forma divertida através de quadrinhos de Robert Crumb, conhecido como o maior artista underground de histórias em quadrinhos do mundo!


Serviço: Livro "Kafka de Crumb". Desenhos de Robert Crumb. Textos de David Mairowitz. Editora Relume Dumará.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Breves considerações sobre "O Homem de Praga"





A peça “O Homem de Praga” faz parte de um tríptico que apresenta diversos episódios da vida do escritor Franz Kafka.

Em O Homem de Praga, a situação é totalmente ficcional. Franz Kafka volta à sua cidade - depois de ter toda a obra publicada - para tentar alcançar o castelo de Carlos IV, ou encontrar um mensageiro dele por intermédio do qual possa reinvindicar sua exclusão da história da literatura. Narra suas intenções lamentando a publicação daquelas obras, bem como o descaso do seu pedido de destruição dos livros publicados e dos seus manuscritos.

Esta desobediência legou ao mundo uma obra fundamental da contemporaneidade.

A figura de Max Brod, sua relação com o espólio de Franz Kafka, é controvertida, pois a fidelidade ao amigo se confronta com o amor à sua obra. Na peça assume a figura mítica do rabi Lövi, suposto criador do Golem. Neste contexto histórico, Franz Kafka é criação de Max Brod, que usa a palavra daquele para materializá-lo.

O Narrador presente no palco cumpre as funções do Coro: narra, sintetiza, interroga, opina..., representando a platéia. Através de sua voz conhecemos opiniões e idéias que circulam a respeito destes personagens.

O texto d’O Homem de Praga inclui citações de diversos autores dentre os milhares que já se ocuparam da ligação destes dois escritores.

A obra é estruturada segundo a estética da arte (teatro clássico japonês). O texto é narrativo, as cenas estáticas, a atuação neutra, como corresponde a suportes vivos de entidades mítico-ficcionais. Por escolha desta estética, o palco é nu. Apenas a primeira imagem panorâmica da cidade de Praga ilustra o espaço no qual transcorre a narrativa. Figurinos e adereços são solidários com tal estética. Os trajes, apesar da sobriedade, cumprem sua função cênica sintetizando as personalidades dos protagonistas no seu tempo e lugar. Os poucos adereços devem “representar” diversas matérias e objetos colaborando para concretizar a cena.

Em tal proposta de encenação, as situações não podem ser realistas; respeita-se a realidade teatral, contudo, tais como a permanência estática e silenciosa no palco sem participar da cena. Evitam-se quaisquer “efeitos especiais”, sejam eles sonoros ou de iluminação. A ênfase nesta obra recai sobre atuação, que deve narrar dramatizando o espaço cênico, isto é, tornando-o significativo sem os recursos ilusionistas da cenografia. Na estética escolhida, pode-se falar de dança estática ou de fotogramas observados a olho nu, sem projetor. As deixas nem sempre são dadas pela fala. Movimentos de projeção ou translação geram reações dos personagens. A ausência de diálogos – as falas são solilóquios maus ou menos independentes – coloca o espectador na situação ativa de ter que montar a cena reunindo os diversos elementos que a compõem.


sexta-feira, 21 de março de 2008

Histórico da Companhia

Caro visitante, gostaria de colocar aqui algumas linhas inaugurais sobre a nossa Cia., afim de que fique mais próximo do grupo e tome um conhecimento breve da nossa linha de pesquisa e trabalho.

O texto abaixo é de autoria de nosso diretor - (mas, vale dizer, com algumas intervenções e grifos que não são de sua autoria):

"A Factótum - Companhia de Teatro é formada por seis integrantes. A proposta do grupo é um estudo de diferentes formas de encenação reunindo a variedade de experiências dos participantes numa estética que foge aos padrões correntes do teatro comercial.

O poder de síntese do teatro tradicional japonês, linha adotada pelo grupo, poderá parecer muito "avançado" para alguns espectadores, porém a Factótum - Companhia de Teatro acredita que o público contemporâneo já está suficientemente informado para admitir (ou talvez exigir) formas não miméticas de teatro, obras nas quais a forma seja auto-suficiente, sem necessidade de fazer referências ao seu cotidiano.

Trata-se de arte altamente estilizada que exige a participação inteligente da platéia. O distanciamento-aproximação procurado pela dramaturgia européia do século XX, já havia sido realizada pelo teatro japonês no século XIV. Eisenstein afirmava ter aprendido a arte da montagem cinematográfica com o haikai, "cinema antes do cinema". Poder-se-ia arriscar a opinião de que a arte Nô é a versão cênica dessa forma poética, a mais breve do mundo (17 sílabas).

Com este compromisso formal, a Factótum - Companhia de Teatro inaugurou sua carreira no espaço teatral da cidade de São Paulo com a peça O Homem de Praga, em 2006.

São Paulo, 2006" - J. Lescano (diretor)

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Para mais informações sobre a peça O Homem de Praga e o teatro Nô japonês, veja as postagens posteriores.